21 de set. de 2009


Eu digo que vou começar a postar receitas e sumo, receita nenhuma nem nadica de nada. Quem pode dar crédito a uma pessoa assim?
Mas os motivos são nobres. Ou melhor, são bons, é por conta de uma coisa que estou adorando de verdade: a preparação para a série de viagens que farei por conta de uma consultoria que estou prestando para um órgão do governo federal. No total serão oito municípios visitados, nas regiões norte, nordeste e centro-oeste do país. A saga começa essa semana, com uma viagem para Barra do Bugres, Mato Grosso. Haja aventura, minha gente.
Mas mesmo assim tenho tempinho de fazer uma pausa e contar sobre a geléia de morango da semana passada. É preciso confessar: não deu certo. E basicamente porque eu quis fazer uma geléia com açúcar mascavo. Aí procurei, procurei, e achei na internet uma receita. Que era basicamente morango, açúcar mascavo e pêra. Não tinha pêra em casa, mas sabendo que a entra como a fruta rica em pectina, que é o que dá aquela textura de gel à geléia, substituí. E aí deu-se o problema. Porque eu substituí por limão, e limão não combina muito com açúcar mascavo, porque este tem um poder de adoçar bem menor que o açúcar branco refinado, como se sabe. O que fez com que a geléia ficasse com um sabor intenso e azedinho do limão, o que escondeu um pouco o morango. Resumo da ópera, essas coisas são boas para ir conhecendo os sabores e as combinações das coisas.

14 de set. de 2009

Fico tentando entender porque eu sinto o que sinto. Essas coisas que me encontram num começo de noite chuvoso, enquanto da cozinha vem um cheiro de geléia de morango recém-cozida. Claro que eu não sei se posso usar esse hífen, quem sabe? Sigo tentando, não entender, mas administrar. Assim caminho, e acho que ultimamente tenho caminhado bem.
Mas o assunto que me trouxe aqui é outro. Quis contar que vou começar a postar receitas e comentários sobre minhas experimentações culinárias. Quer dizer, as receitas não precisam ser necessariamente sobre minhas experimentações: elas serão sobretudo receitas do A., meu namorado. A idéia veio disso, álias. Quero registrar as receitas dele, que é cozinheiro de mão cheia e faz muita coisa de cabeça. Então é isso. registrar receitas dele. Comentar experimentações nossas. Talvez receitas minhas.
Isso significa que daqui para frente o blog será de receitas, de culinária, de comida? Não. Simplesmente porque eu não tenho a menor disciplina para isso. O blog continua sendo quelque chose.

8 de set. de 2009

Feriado maravilhoso entre montanhas da estrada real. Que passeio lindo. Fomos para uma cidadezinha deliciosa, charmosa, cheia de morros lindos e comida boa, e cachoeira, coisa que eu adoro demais nesse mundo, filha de Oxum que sou.
E só um feriado maravilhoso mesmo para recarregar as pilhas e enfrentar a burocracia toda desse mundo. Porque estou prestando uma consultoria para um órgão público, e quem disse que consigo trabalhar? É simplesmente gigantesca a barreira que me separa do trabalho de fato. Ofícios e contrato, para ser mais específica. E eu sigo esperando, vejamos.

2 de set. de 2009

Tá uma secura danada nessa cidade, meu pobre olfato que o diga, há dias não sinto cheiro de nada.

1 de set. de 2009

"minha noiva é meu rosário
em seu corpo eu vou rezar"

Eu sempre adorei essa música, "Corrida de jangada", especialmente esse verso que coloquei ali em cima. Eu sempre um noivo que fizesse do meu corpo seu rosário. E na minha vida é assim, boa parte do que eu sou vem da música, das letras todas e muitas ,que tocam aqui na minha cabeça. Outra parte veio dos romances e da poesia. Só bem depois vieram as ciências socias, que são hoje bem importante, claro que são, fazem parte de mim. Com essa vontade de voltar a estudar e prestar doutorado eu percei o quanto as ciências sociais fazem parte de mim. Mas foram as letras que me moldaram a alma. E eu acho bom, gosto bastante de sentir assim.
E outro dia escrevi para uma amiga querida que "os trinta me encontraram serena como nunca, e feliz de uma forma que eu desconhecia". E isso é uma verdade. Porque há várias coisas a fazer na vida, a cabeça cheia de coisas, algumas incertezas, aquela velha história de emagrecer que ainda é um embate. Mas há uma alegria, uma serenidade, um sentir-se bem e amada, que está para além disso; ao contrário, contribui, mostra caminhos, acalma e lembra, nada é pra já. E eu vou vivendo tranquila, antes de dormir desejo o beijo do namorado, a voz tão terna, penso na viagem para as montanhas e no caldo de mandioquinha que estava tão cheiroso...