18 de ago. de 2010

no sonho de quem
você vai e vem
com os cabelos
que você solta?
(chico buarque)


Às vezes eu gosto de adentrar madrugada estudando, escrevendo, ficamos o silêncio do mundo e eu. No antigo apartamento, ficávamos eu e o barulho da Bela Vista: cachorro, buzinas, de vez em vez um sambinha rolando na quadra da Vai-vai, carros e mais carros rumo à Nove de Julho. Mas aqui, na divisa Pinheiros-Jardins, cujo "quintal" são as belas casas da elite paulistana, somos o silêncio do mundo e eu. Ouvi agora um barulho do caminhão, deve ser coleta de lixo. O barulho não passa disso, nem os cães ladram de madrugada.
E de vez em quando eu gosto. Agora mesmo, escrevi um bocadinho mais. O mestrado foi todo assim, a fase de escrita: só funcionou madrugada adentro. Mas o doutorado não será. Afinal, são quatro anos de processo. E além, hoje tenho cama conjunta com marido gostoso, quentinho e aconchegante, motivo suficiente para eu querer dormir em horários ditos normais. Além do afinal, teremos filho, e se eu passar madrugada em claro não será necessariamente para estudar. Então essa vida de madrugada adentro não deverá ser a regra de estudo. Mas às vezes, é absolutamente necessária para eu concentrar. Hoje foi.
E hoje, eu senti bastante, a minha vontade crescente de ter um filho.

15 de ago. de 2010

Pão de milho assando no forno. E eu voltando à cozinha, aos pães e doces que tenho aprendido. Mas que não posso comer muito, e todo aquele blablabá que já sabemos.
Ando muito pelo twitter, e aquilo é um vício. Além de que realmente sabemos que estamos sendo lidos. Acho que tenho hoje dois leitores aqui no blog. Mas isso nem é o que importa tanto, não escrevo apenas para ser lida.
Às vezes tenho vontade de escrever sobre a campanha presidencial e apenas, já que a estadual eu nem acompanho - engulhos de saber que teremos picolé de chuchu again, no reduto conservador do país. Mas no geral, sinto preguiça. Desânimo, também. Não pelo resultado, que deve vir por aí e acho ótimo, tô feliz com a eleição da Dilma. É pelo que ouço das pessoas. E não de quaisquer pessoas. Mas de pessoas informadas, inclusive daquelas que se dizem de esquerda. São as que por vezes mais de me desanimam.
Aí fico quieta. Ou só reclamo um bocadinho aqui, com meus poucos e bons leitores.