30 de set. de 2008


Escrevi abaixo que estou feliz com coisas minhas, internas. E estou. Resultado de processo árduo de análise, que comecei faz tempo, com inúmeros resultados preciosos, sendo os de agora mais marcantes, sem dúvida.
Acontece que, como o próprio nome já diz, trata-se de um processo. Com idas e vindas e etc. e tals. E nesse momento, constitui-se basicamente num processo em que eu vou abandonando velhos mecanismos que me impunham determinados padrões de comportamento.
E é apenas quando começamos o processo de abandono desses mecanismos que a gente se dá conta do quanto os maledetos estão incrustrados em nós. Do quanto escondemos, escondemos, mas agora não tem mais jeito, estão escancarados e há que se fazer algo com isso. E eu estou fazendo, sim, é é nesse fazer algo com isso que me orgulho muito da minha postura sempre inconformada perante o meu sofrimento psíquico (que na minha opinião é o sofrimento por excelência).
O engraçado é que, desconstruindo os mecanismos, para então abandonar os velhos padrões, em alguns momentos o escancarar da coisa é tamanho que nos sentimos frágeis, pequeninos. Ontem mesmo, me vi sentindo um medo tão tolo, tão irracional. E não apenas senti, mas verbalizei (e aqui é preciso fazer um parênteses: verbalizei, também, porque ao meu lado caminha uma pessoa especial, que me dá toda a condição de trilhar esse processo, seja me impulsionando para frente, seja ouvindo meus medos mais tolos). E ao verbalizar, me dei conta da bobagem da coisa. E lembrei da analista perguntando se eu achava que nunca mais ia sentir medo, para depois me lembrar que a questão não é deixar de sentir, e sim o espaço que passa a existir entre o medo e o que se faz com ele.
Estou dizendo isso tudo pra dizer que me sinto muito forte em empreender tarefa de tal envergadura na vida. Mesmo quando, pelo próprio jeitão da coisa, vejo os medos todos escancarados na minha frente, e seus mecanismos todos, pedindo, me desconstrua.
Se no momento em que se tornaram padrão de comportamento isso se deu da maneira mais quietinha, mansa, se alojando mesmo sem a gente perceber, no momento de desconstruí-los, ah. A coisa é estrondosa.
Porque é um parto, né? Claro que é, o parto de uma nova forma de viver. E se é assim, tem choro e dor, tem sim. Mas tem tanta esperança do vir a ser. Tanta.
Geraldo Alckmin acabou de ligar aqui em casa. Veja só.

29 de set. de 2008

volta que eu quero morrer de alegria
depois agradecer...

Se existe algo mais gostoso do que o namorado voltar de viagem e nos entendermos, com palavras e corpos, e beijos e cheiros, e além de tudo ele ainda buscar a mala no carro e dizer que vai ficar três dias, bom, se existe algo mais gostoso que isso, talvez seja mesmo nós dois no ano novo em Barra Grande. Humm... Não sei se é mais gostoso que isso. Deve ser equivalente :P

24 de set. de 2008

Eu ando muito feliz também. Algumas coisas que estão acontecendo contribuem para isso. Mas a principal razão é interna, uma intensa satisfação comigo, poucas vezes sentida.

A verdade é uma só. Desde que eu fui morar sozinha (leia-se sem os pais, porque primeiro morei com a Van, só depois sozinha mesmo) eu nunca tive dinheiro. Afinal, primeiro eu fazia mestrado e todo mundo sabe como vive uma bolsista. Depois, fiquei sem renda nenhuma e com muitas dívidas. Só então comecei a trabalhar, óquei, já faz mais de um ano isso. Mas só agora as coisas entraram nos eixos e eu passei a ter um dinheirinho extra. Então comprei um milhão de coisas. De roupas a sofá. De tapete a lençol. Ultimamente eu comprei muita coisa mesmo. E estou me sentindo a pessoa mais consumista do mundo. E, detalhe, me sinto um pouco culpada com isso. Culpa marxista-cristã que eu tenho. Não que marxismo tenha alguma coisa a ver com Cristo, a única coisa que une é a culpa mesmo. Mas enfim. A questão é que eu gosto de lençóis e sofá e algum conforto. E claro que estou apenas repetindo isso para mim mesma, para me convencer.
E no mais eu ando MUITO interessada na briga AlckminXKassab. Torcendo para que se matem, etc. e tals.

20 de set. de 2008

Em se tratando de escolha política na sucessão à prefeitura de São Paulo, tenho mais uma cousa a dizer.
Sobre o CEU.
A campanha da Marta tá dizendo que o Kassab faz CEU mal feito. E isso todo mundo deveria saber. Que acabar de uma vez por todas com o CEU, o renda mínima, o bilhete único, isso ele não podia fazer mesmo. Porque tudo isso foi bom para a população. Mas claro que ele pode (e fez) "acomchambrar" tudo isso. O que fez com o bilhete único já falei. O renda mínima ele reduziu ao mínimo do mínimo. E o CEU. Bom, há toda uma reclamação de que eles agora são bem menos equipados. O que eu chamaria de sucateamento da coisa. Você mantém, mas inutiliza. E eu sei de muito colega arte-educador que trabalhava no CEU na gestão Marta e que na gestão Kassab foi sumariamente demitido. Disso pode-se imaginar que não há mais aula de teatro, oficina de cinema, etc. e tals. Mas eu queria dizer outra coisa, que tem a ver com a escolha política pelo CEU, que é a escolha pela inclusão.
Eu sempre acompanho a programação dos festivais e mostras de cinema. E quando a Marta estava na prefeitura, todos os CEUs participavam do circuito da mostra de cinema, do festival de curtas, de animação, de tudo e mais um pouco. O que significa que o pessoal de Itaquera podia ver a mostra de cinema tal qual o pessoal do Jardim Paulista. Isso é inclusão social. Que é também tratar o eleitor como cidadão. E isso é uma escolha polítca. Como o meu voto. E meu voto é Marta.
Assistindo programa eleitoral...

- Um disinfeliz de um candidato a vereador se orgulha em dizer que é autor de um projeto para colocar detector de metais na entrada de escolas públicas. Meu-deus-do-céu, esse é o tipo de coisas que me assusta.
- Maluf dizendo que fulano é um candidato que se identifica plenamente com as idéias dele. Gravei o rosto da figura, se o vir na rua, corro.
- Fulano que vivia enchendo meu saco na faculdade aparece como candidato de PSBD, dizendo que Alckmin é o candidato que só trabalha com a verdade. Então tá.
- E por falar em Alckmin, os candidatos a vereador da coligação dele quase não falam de sua plataforma, se preocpam mesmo em defender a candidatura dele, cada vez mais enfraquecida. E eu quero mais.