21 de fev. de 2011

"falam tanto de uma nova era
quase esquecem do eterno é"
gilberto gil

Hoje acordei com um mal estar daqueles. Fiz tudo direitinho, tomei um bom café da manhã, tentei almoçar direito - digo tentei porque o enjôo não deixou a tentativa vingar. Tenho uma lista enorme de coisas para fazer, que vão de organizar o casamento à terminar uma versão do meu projeto de doutorado. Tendo, no meio disso, que arrumar o escritório que está um caos, marido quase não consegue entrar. Mas minha disposição, alheia a todos os afazeres, resolveu sair para passear, e cá estou: quase dormindo.
Aí releio o "roteiro" de orientações de pré natal que a obstetra me mandou. Sobre enjôos e indisposição, ela diz que é preciso ter paciência. E não é isso mesmo? E não apenas sobre enjôos e indisposição. Acho que o que mais terei de exercitar daqui pra frente é a paciência. Paciência com o que eu não sei, com o que não consigo. Vai parecendo que conciliar doutorado e gravidez só com muita, mas muita paciência. Achei que ia precisar de disposição; que nada. Vou precisar de paciência para suportar aquele momento em que as coisas simplesmente não andam. E não há muito o que fazer. Como enjôo. Melhor esperar passar.
Então penso numa conversa que tenho tido com uma amiga por email, sobre o lado B da gravidez. Sobre o fato de que engravidar (e ser mãe, já que seu bebê já tem um aninho) é maravilhoso, é tudo aquilo de legal e incrível que todo mundo fala, mas é também difícil, estranho, cansativo, cheio de medos, e dúvidas, e aquela pergunta que não cala: será que eu vou dar conta?
Eu sei que vou. Sei que muitas e muitas mulheres estão dando conta de suas crias e suas vidas desde sempre. Mas se permitir a dúvida, a pergunta, e ter paciência com a resposta, esta talvez seja a melhor "orientação".

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