Tendo tanta, mas tanta coisa a fazer, hoje saí do trabalho e não sabia pra onde ir. Sério mesmo, eu parecia uma barata tonta no centro da cidade de São Paulo, coisa muito apropriada, diga-se de passagem. Não sabia se ia ao mercado comprar umas poucas frutinhas. Não sabia se ia tirar dinheiro, onde fica mesmo o banco real? Quem sabe ir direto pra casa, afinal, tenho tanta coisa pra fazer. De táxi ou de metrô, porque de metrô ando um bocado. Aí decidi fazer tudo junto. Tirei dinheiro, peguei metrô, jantei na rua, passei no mercado e de lá voltei de táxi. Agora estou aqui ensaiando começar a trabalhar. Pra começar, tenho que tirar Chico Buarque da vitrola, porque com ele cantando eu me desconcentro. E por aí vai.
Porque além de tudo o que é objetivo e está aqui gritando: faça!, além disso eu estou com a cabeça tão cheia de coisas. A viagem, né? Que significa tantas coisas nesse momento. Uma distância tão necessária do trabalho, apesar dessa viagem ser trabalho. Outra distância que não é nada necessária, mas que pode ser vivida com segurança. E isso é tão especial. E também é difícil porque quase nada que conheço e lá muito fácil. Mas é especial sendo difícil.
E tem os olhos do A. a me desconcentrar. Hoje tou romântica, tou piegas. Que desde manhã cedinho, olhando ele se mexendo entre todos os afazeres, eu ia sentindo tanto amor por ele, tanto. Cê tem toda razão, Mary, e a nostalgia talvez já tenha começado hoje. E nesse embalo vou contar um segredinho: quando me apaixonei por A. às vezes chorava de felicidade. Tão encantada no amor que se anunciava, me emocionava mesmo, olhos cheios d'água em pensar. Aos poucos isso vai dimuindo que a vida da gente nunca é um eterno looping emocional, coração não aguenta, então vai dando lugar a outras formas de sentir. Mais brandas, diriam. Não sei. Mas hoje, pensando nos olhos do amor, os meus encheram de lágrima. De certeza que a gente precisa sentir de quando em quando. Certeza de que ganhei o presente mais bonito, em Moçambique. Acho que vou lá agradecer.
Porque além de tudo o que é objetivo e está aqui gritando: faça!, além disso eu estou com a cabeça tão cheia de coisas. A viagem, né? Que significa tantas coisas nesse momento. Uma distância tão necessária do trabalho, apesar dessa viagem ser trabalho. Outra distância que não é nada necessária, mas que pode ser vivida com segurança. E isso é tão especial. E também é difícil porque quase nada que conheço e lá muito fácil. Mas é especial sendo difícil.
E tem os olhos do A. a me desconcentrar. Hoje tou romântica, tou piegas. Que desde manhã cedinho, olhando ele se mexendo entre todos os afazeres, eu ia sentindo tanto amor por ele, tanto. Cê tem toda razão, Mary, e a nostalgia talvez já tenha começado hoje. E nesse embalo vou contar um segredinho: quando me apaixonei por A. às vezes chorava de felicidade. Tão encantada no amor que se anunciava, me emocionava mesmo, olhos cheios d'água em pensar. Aos poucos isso vai dimuindo que a vida da gente nunca é um eterno looping emocional, coração não aguenta, então vai dando lugar a outras formas de sentir. Mais brandas, diriam. Não sei. Mas hoje, pensando nos olhos do amor, os meus encheram de lágrima. De certeza que a gente precisa sentir de quando em quando. Certeza de que ganhei o presente mais bonito, em Moçambique. Acho que vou lá agradecer.
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