10 de out. de 2008


Então. Assisti O Ensaio sobre a Cegueira. Tava receosa demais de ver o filme, porque é aquilo, gostei tanto do livro. Mais tanto. Achei que ia detestar o filme e pronto.
Mas o que se sucedeu foi o seguinte: o filme me pareceu fazer mais sentido para quem leu o livro, e nisso ele é bastante interessante. Não sei se uma pessoa que não leu sente o filme da mesma forma. Então eu gostei. Porque fui recuperando o livro na minha cabeça a partir do filme. E lembrando, por exemplo, das imagens que fazia na minha cabeça enquanto lia. Que, por exemplo, a mulher do médico na minha cabeça não tinha uma fisionomia definida. E o sanatório era um lugar branco, porque a cegueira era branca. E aí no filme o sanatório é de outra cor, hostil. Meirelles faz o mesmo que fez em Cidade de Deus, onde deu ao filme a cor da favela. O sanatório tinha a cor de um sanatório, apesar de eu nunca ter entrado em um, eu imagino que seja assim, como ele exibe. Então eu gostei do filme.
Até que chega a cena final. E tem um narrador absolutamente mal colocado ali, eu achei. Eu finalizaria sem narrador, achei ruim a opção. Além disso, o final do filme não é como o final do livro. Isso também foi estranho para mim. Mas não compromete muito, eu acho. Compromete um pouco, vai.

*e a julianne moore pra fazer a mulher do médico foi perfeita. não tinha escolha melhor.

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