8 de jul. de 2009

É claro que é bom ter uma pessoa que limpa sua casa. Porque é claro que eu não limpo vidros. E odeio, com todas as minhas forças, passar pão no chão, limpar azulejo e por aí vai, a lista imensa. Mas. Porque tudo sempre tem um mas. É muito estranho, para não dizer que é um saco, ter uma pessoa arrumando a sua casa. Ou desarrumando, dependendo do ponto de vista.
Porque a empregada aqui de casa arruma as minhas coisas espalhadas pela casa. E até aí tudo bem, é o que se espera dela. Mas já é até clichê aquela máxima de que a bagunça da gente têm sua lógica própria, o que é uma verdade irrevogável. E aí quando se trata da minha casa, a coisa complica e muito. Porque além da bagunça, ou apesar dela, eu sou uma pessoa, digamos "sistemática" (meu avô é que costuma usar esse adjetivo. acho que dá conta). Isso porque mesmo havendo brincos espalhados pela casa toda, na hora de guardá-los, tenho três caixinhas para isso. Uma para brincos muito miudinhos, que uso muito. Outra para brincos maiores, que também uso muito. E uma para aqueles que não uso nunca, os esquecidos. E muito bem, claro que vocês já imaginam o que aconteceu: a empregada guardou todos na caixa dos esquecidos. E eu fico aqui em pânico, procurando os benditos brincos muito usados no meio daquele monte que eu nem lembrava que existia. E é um monte mesmo.
Além disso, e mais grave. Tenho duas tesouras em casa, uma no banheiro, outra na cozinha. Ah, tem uma na lavanderia também, bem velhinha. E eu uso uma em cada cômodo porque é uma para cada coisa mesmo, coisas que só se fazem na cozinha ou no banheiro, ué. E ontem, na hora de cozinhar, cadê a tesoura? Desaparecida, a pobre. Eu começo a procurar na cozinha toda, claro, porque ao invés de pendurá-la, a empregada deve tê-la guardado. Na cozinha.
Qual o quê. Depois de muito tempo, já perto de dormir, avisto minha tesoura no porta canetas, no quarto. Veja bem. Não quero mais ninguém arrumando a minha casa. Só limpar já tá muito, muito bom.

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